terça-feira, 24 de novembro de 2015

Daniel e o Juízo Investigativo

Antes de começar, algo deve ser esclarecido. Existem duas “grandes” interpretações da profecia de Daniel: A tradicional, que envolve os Macabeus, e a do Juízo Investigativo. Eu argumento que a do Juízo Investigativo não tem suporte algum da Bíblia, e até mesmo a parte dos 2300 tardes e manhãs é completamente equivocada na interpretação.
Agora, onde eu vi, os adventistas debatedores da internet pensam que “eliminando” a interpretação tradicional, a deles se torna automaticamente correta. Assim colocando os outros cristãos em um dilema. Porem, isso é um falso dilema. Pode muito bem existir uma outra interpretação que não conhecemos.
É importante ter como “background” que toda a doutrina do Juízo Investigativo (JI) começou por causa de um erro. Um erro conhecido como “Grande Desapontamento”. Quando viram que a profecia de que Jesus viria em 4 de outubro de 1844 falhou, a forma de salvar a interpretação errada da profecia foi dizendo que “o fim do mundo não chegou, mas o grande juízo começou”. De fato, quando Ellen White teve sua visão a respeito disso, ela disse que o anjo que mostrou o livro pra Daniel colocou “a mão em cima do livro” e, assim, ele não pode ver toda a informação.
Deixemos Ellen White explicar a doutrina do Juízo Investigativo:

Assistido por anjos celestiais, nosso grande Sumo Sacerdote entra no lugar santíssimo, e ali comparece à presença de Deus a fim de Se entregar aos últimos atos de Seu ministério em prol do homem, a saber: realizar a obra do juízo de investigação e fazer expiação por todos os que se verificarem com direito aos benefícios da mesma.[Ellen White, “O Grande Conflito”, p. 418]

...no grande dia da expiação final e do juízo de investigação, os únicos casos a serem considerados são os do povo professo de Deus. O julgamento dos ímpios constitui obra distinta e separada, e ocorre em ocasião posterior. [Idem, p. 419]

Ao abrirem-se os livros de registro no juízo, é passada em revista perante Deus a vida de todos os que creram em Jesus. Começando pelos que primeiro viveram na Terra, nosso Advogado apresenta os casos de cada geração sucessiva, finalizando com os vivos. Todo nome é mencionado, cada caso minuciosamente investigado. Aceitam-se nomes, e rejeitam-se nomes. [Idem, p. 421]

No tempo indicado para o juízo — o final dos 2.300 dias, em 1844 — iniciou-se a obra de investigação e apagamento dos pecados. Todos os que já professaram o nome de Cristo serão submetidos àquele exame minucioso. Tanto os vivos como os mortos devem ser julgados “pelas coisas escritas nos livros, segundo as suas obras.” [Idem, p. 423-424]

Embora todas as nações devam passar em juízo perante Deus, examinará Ele o caso de cada indivíduo, com um exame tão íntimo e penetrante como se não houvesse outro ser na Terra. Cada um deve ser provado, e achado sem mancha ou ruga, ou coisa semelhante. [Idem, p. 427]

“O Julgamento esta acontecendo no santuário la em cima. Faz quarenta anos que essa obra esta em progresso. Em breve – ninguém sabe o quão breve – vai passar para os casos dos vivos.” [Ellen, White, The Great Controversy, edição de 1884, p. 315 (Não encontrei esse paragrafo na edição atual, mas achei nessa antiga e traduzi. Então a tradução foi minha mesmo)]

O texto da Bíblia (o único, na verdade), pra dar suporte a essa crença é Daniel 8:14, que diz:



Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do sacrifício contínuo, e da transgressão assoladora, para que sejam entregues o santuário e o exército, a fim de serem pisados?
E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado.
E aconteceu que, havendo eu, Daniel, tido a visão, procurei o significado, e eis que se apresen- tou diante de mim como que uma semelhança de homem.
Daniel 8:13-15

A doutrina do Juízo Investigativo diz que essas 2300 tardes e manhãs, baseando-se em Gênesis, são dias, que na verdade são anos. E aqui esta o primeiro problema: Essa interpretação é inteiramente Ad Hoc.
“Ad Hoc” é um termo usado para designar uma teoria que faz varias suposições, apenas pra salvar um fenômeno. Por exemplo, a maioria dos historiadores concorda que a tumba de Jesus foi encontrada vazia, que ele foi visto vivo após sua morte e que os discípulos começaram a crer fortemente em sua ressurreição, mesmo tendo toda predisposição para o contrario. A melhor explicação para esses fatos é a de que Jesus ressuscitou dos mortos.
Porem, alguns não gostam dessa explicação, e então fazem teorias ad hoc. Por exemplo, um historiador ateu criou a teoria de que Jesus nasceu com um irmão gêmeo, que desapareceu logo no inicio de sua vida, e depois que Jesus morreu na cruz esse irmão reapareceu e os discípulos e a própria família de Jesus confundiram esse irmão com ele e proclamaram sua ressurreição.
No caso do Juízo investigativo, deve-se supor que as palavras “tarde” e “manhã” (no hebraico, escritos como “ereb-boqer”) signifiquem, sem justificativa, “dias” de 24 horas. “Mas espera ai! Isso ainda não satisfaz nossa teoria!”, então supõem que esses “dias de 24 horas” sejam, na verdade, “anos”.
Um segundo problema é que não é verdade que toda vez que a Bíblia usa “tarde” e “manhã”, se refira a um período de 24 horas. Existem passagens que usam “ereb” e “boqer” para se referir ao inicio a ao fim de um período:

“E os que habitam nos fins da terra temem os teus sinais; tu fazes alegres as saídas da manhã e da tarde.” - Salmos 65:8

“Farta-nos de madrugada com a tua benignidade, para que nos regozijemos, e nos alegremos todos os nossos dias.” - Salmos 90:14

Por fim, nem mesmo as passagens de Gênesis podem ser usadas de base para dizer que “ereb-boqer” são dias de 24h (que na verdade são anos). Isso por dois motivos: Primeiro, enquanto em Daniel 8:14 esta escrito “ereb-boqer”, em Gênesis esta escrito “vayhiy ereb vayhiy boqer”. A diferença é que a tradução literal de cada uma ficaria assim:

“tardes-manhãs” – Daniel 8:14

“E passou-se uma tarde e passou-se uma manhã” – Gênesis 1

O sentido é totalmente diferente. Essas “tardes e manhãs” de Gênesis podem ser uma tarde de um dia e manhã de outro. Não há nada no texto que restrinja a um período de 24 horas.
Segundo, de fato, vemos no próprio texto de Gênesis que esses dias não são de 24 horas. Veja os eventos do sexto dia:

- Deus planta o jardim (não “cria” o jardim)
- Deus forma os animais da terra (o método usado para a formação é desconhecido)
- Deus forma o homem (o método também é desconhecido)
- Deus da ordens ao homem
- Deus leva a Adão mais de 15 mil animais para serem nomeados (sem contar, na visão de criação recente, os do registro fóssil)
- Deus faz Adão dormir
- Deus tira uma costela de Adão
- Deus “constrói” Eva
- Adão acorda e diz “hapa’am” (finalmente), uma palavra que só é usada depois de longos períodos de espera.

Então, podemos concluir que nem mesmo os dias de Gênesis podem servir de base para se dizer que “tardes-manhãs” sejam dias de 24 horas.

Podemos concluir então que: A interpretação das tardes-manhãs-dias-anos é ad hoc e não existe motivo pra se crer que as tardes e manhãs sejam dias de 24h.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Se a lei do sábado não é uma lei moral, o que é?

A pergunta que algumas pessoas fazem é, “se o sábado não é uma lei moral, por que esta entre os dez mandamentos?” A resposta é simples: Os dez mandamentos são o “documento” da aliança mosaica. Logo, a marca da aliança tem que estar no documento da aliança.
Podemos usar como evidência para isso o fato da lei do sábado estar no centro da aliança. As alianças do antigo oriente médio costumavam ter sua aliança no centro. Como Dale Ratzlaff colocou:

“Se você pegar os dez mandamentos e começar a contar palavra por palavra por palavra, a frase central é ‘lembra-te do dia do sábado para o santificar. [...] agora nós reconhecemos que todos os documentos religiosos do antigo oriente médio possuíam o sinal da aliança no exato centro da aliança.” [Former Adventist Fellowship, “Dale Ratzlaff: Does the Sabbath continue in the New Covenant?” (6:55)]

A própria Bíblia deixa isso explicito em algumas partes. No mesmo livro em que a lei é apresentada, por exemplo:

Disse ainda o Senhor a Moisés:
"Diga aos israelitas que guardem os meus sábados. Isso será um sinal entre mim e vocês, geração após geração, a fim de que saibam que eu sou o Senhor, que os santifica.
"Guardem o sábado, pois para vocês é santo. Aquele que o profanar terá que ser executado; quem fizer algum trabalho nesse dia será eliminado do meio do seu povo.
Em seis dias qualquer trabalho poderá ser feito, mas o sétimo dia é o sábado, o dia de descanso, consagrado ao Senhor. Quem fizer algum trabalho no sábado terá que ser executado.
Os israelitas terão que guardar o sábado, eles e os seus descendentes, como uma aliança perpétua.
Isso será um sinal perpétuo entre mim e os israelitas, pois em seis dias o Senhor fez os céus e a terra, e no sétimo dia ele não trabalhou e descansou".
Quando o Senhor terminou de falar com Moisés no monte Sinai, deu-lhe as duas tábuas da aliança, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus.
Êxodo 31:12-18

John Reisinger mostrou como esse texto estabelece cinco fatos:

1)      “Dez Mandamentos” é sinônimo de “taboas de pedra”, e são os documentos da aliança que separa Israel como nação especial de Deus. (duas tábuas da aliança, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus.)
2)      O sábado, era um sinal (ou marca) da aliança. (Os israelitas terão que guardar o sábado [...]como uma aliança perpétua. Isso será um sinal perpétuo entre mim e os israelitas)
3)      O sinal/marca da aliança, o sábado, vale apenas para a o tempo em que a aliança estiver valida. (guardar o sábado [...]como uma aliança perpétua.)
4)      A aliança foi feita apenas com a nação de Israel. (Os israelitas terão que guardar o sábado [...] Isso será um sinal perpétuo entre mim e os israelitas.)
5)      O proposito do sábado tinha relação com trabalho físico, não com adoração publica. (Aquele que o profanar terá que ser executado; quem fizer algum trabalho nesse dia será eliminado do meio do seu povo. Em seis dias qualquer trabalho poderá ser feito, mas o sétimo dia é o sábado, o dia de descanso, consagrado ao Senhor. Quem fizer algum trabalho no sábado terá que ser executado.)
[John G. Reisinger, Tablets of Stone & The History of Redemption, Capitulo 7, online em: The Seventh-Day Sabbath Was the Sign of the Mosaic Covenant!]

Ezequiel também deixa isso claro:

Eu lhes dei os meus decretos e lhes tornei conhecidas as minhas leis, pois aquele que lhes obedecer viverá por elas.
Também lhes dei os meus sábados como um sinal entre nós, para que soubessem que eu, o Senhor, fiz deles um povo santo.
" ‘Contudo, os israelitas se rebelaram contra mim no deserto. Não agiram segundo os meus decretos, mas rejeitaram as minhas leis, sendo que aquele que lhes obedecer viverá por elas, e profanaram os meus sábados. Por isso eu disse que derramaria a minha ira sobre eles e os destruiria no deserto.
Mas, por amor do meu nome, eu agi, evitando que o meu nome fosse profanado aos olhos das nações à vista das quais eu os havia tirado dali.
Também, com mão erguida, jurei a eles que não os levaria para a terra que eu lhes dei, terra onde manam leite e mel, a mais linda de todas as terras,
porque eles rejeitaram as minhas leis, não agiram segundo os meus decretos e profanaram os meus sábados. Pois os seus corações estavam voltados paras os seus ídolos.
Olhei, porém, para eles com piedade e não os destruí, não os exterminei no deserto.
Eu disse aos filhos deles no deserto: Não sigam as normas dos seus pais nem obedeçam às leis deles nem se contaminem com os seus ídolos.
Eu sou o Senhor, o seu Deus; ajam conforme os meus decretos e tenham o cuidado de guardar as minhas leis.
Santifiquem os meus sábados, para que eles sejam um sinal entre nós. Então vocês saberão que eu sou o Senhor, o seu Deus.
Ezequiel 20:11-20

Reisinger segue essa passagem dizendo:

“Note as palavras “por isso” no verso 13 e sua conexão com o verso 16 e 20. Israel cometeu graves pecados, mas ainda não foi até eles ‘profanarem o sábado’ que eles foram para cativeiro. De novo, isso mostra que quebrar o sinal da aliança é equivalente a desrespeitar toda a aliança. Profanar os sábados iria parecer o pior pecado possível que um israelita poderia cometer. O cativeiro babilônico de Israel foi medido em termos de quantos anos eles tinham se recusado a guardar a lei do sábado anual para deixar a terra descansar. [...] Podemos concluir com esses textos que o mais serio dos dez mandamentos, que envolvia julgamento, era o quarto, e que sua importância ficava apenas no fato de que era um sinal da aliança.” [Idem]

Estabelecendo o fato de que o sábado era apenas a marca da antiga aliança, podemos ver por que essa lei não é mais valida. Alem de Paulo em Colossenses ter deixado bem claro que essas eram sombras de Cristo, o próprio Jesus estabeleceu uma nova marca para a nova aliança:

Recebendo um cálice, ele deu graças e disse: "Tomem isto e partilhem uns com os outros.
Pois eu lhes digo que não beberei outra vez do fruto da videira até que venha o Reino de Deus".
Tomando o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: "Isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim".
Da mesma forma, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: "Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês.
"Mas eis que a mão daquele que vai me trair está com a minha sobre a mesa.
Lucas 22:17-21


O cálice simbolizada o sangue de Cristo, derramado na cruz. É este sangue, que nos salva dos pecados cometidos por desrespeitar a lei, que é a marca da Nova Aliança. Como a antiga valia apenas até a nova (Êxodo 31), e a nova foi estabelecida aqui, então a nossa nova aliança é feita com o sangue de Cristo, não com a lei.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Colossenses 2 fala do sábado semanal?

O que Colossenses 2 realmente fala sobre o Sábado? Sabatistas vão dizer que pelo “dias de sábado” estar no plural no final do versículo 16, então o versículo deve se referir aos sábados cerimoniais. Porem, uma analise completa do texto nos diz, não apenas que Paulo trata do sábado semanal, como este também é cerimonial e foi abolido na cruz.
Vejamos:

Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou juntamente com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz, e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz.
Portanto, não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado. Estas coisas são sombras do que haveria de vir; a realidade, porém, encontra-se em Cristo. - Colossenses 2:13-17

Versículo 14 coloca claro que Paulo esta falando de “ordenanças”. Essas seriam as leis cerimoniais do antigo testamento. Vemos isso também no contexto, quando ele usa palavras referentes a “circuncisão”, “festividades”, “comer e beber” e “luas novas”. Mas e quanto aos “dias de sábado” citados no final?
Adventistas vão dizer que, como o sábado fazia parte dos Dez Mandamentos, ele só pode ser uma lei moral. Porém, se o texto de Colossenses estiver incluindo os dias de sábado semanal no contexto de leis cerimoniais, então devemos trata-la como uma lei cerimonial. Afinal, a Bíblia não possui uma lista de quais são leis morais e quais são cerimoniais.
Então, sobre o que Paulo esta falando? Infelizmente para os Adventistas, Paulo esta falando dos sábados anuais, mensais e semanais. Existem três motivos para isso:
Primeiro, a palavra grega usada nos “dias de sábado” é “Sabbaton”, que sempre significa o sabbath semanal. Nunca, em nenhuma parte do Novo Testamento essa palavra é usada para se referir a outra festividade sábatica.
Segundo, a formula usada por Paulo é uma formula que sempre aparece em formato crescente ou decrescente. Podemos ver em várias partes da Bíblia que dizem “Festas, Luas Novas e sábados” sempre se referindo a “ano, mês e semana”. (Se fosse “sábados, luas novas e festas”, seria “semana, mês e ano”.) Isso fica evidente nos seguintes textos:

“E para oferecerem os holocaustos do Senhor, aos sábados, nas luas novas, e nas solenidades, segundo o seu número e costume, continuamente perante o Senhor” - 1 Crônicas 23:31

“Eis que estou para edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus, para lhe consagrar, para queimar perante ele incenso aromático, e para a apresentação contínua do pão da proposição, para os holocaustos da manhã e da tarde, nos sábados e nas luas novas, e nas festividades do Senhor nosso Deus; o que é obrigação perpétua de Israel.” - 2 Crônicas 2:4

“Também sobre nós pusemos preceitos, impondo-nos cada ano a terça parte de um ciclo, para o ministério da casa do nosso Deus; Para os pães da proposição, para a contínua oferta de alimentos, e para o contínuo holocausto dos sábados, das luas novas, para as festas solenes, para as coisas sagradas, e para os sacrifícios pelo pecado, para expiação de Israel, e para toda a obra da casa do nosso Deus.” - Neemias 10:32-33

“Acabarei com a sua alegria: suas festas anuais, suas luas novas, seus dias de sábado e todas as suas festas fixas.” - Oséias 2:11

“Será dever do príncipe fornecer os holocaustos, as ofertas de cereal e as ofertas derramadas nas festas, nas luas novas e nos sábados, em todas as festas fixas da nação de Israel. Ele fornecerá as ofertas pelo pecado, as ofertas de cereal, os holocaustos e as ofertas de comunhão para fazer propiciação em favor da nação de Israel.” - Ezequiel 45:17

Por fim, se os “dias de sábado” fossem as festas anuais, Paulo estaria fazendo uma repetição desnecessária. Já que as festas anuais já estão inclusas nas “festas”.
Até mesmo Samuele Bacchiocchi reconheceu isso:

“O Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia interpreta o sabbatwn-dias de sábado” como uma referência aos sábados cerimoniais anuais e não ao sábado semanal (Lev. 23:6-8, 15, 16, 21, 24, 25, 27, 28, 37, 38). É verdade que tanto o sábado e o Dia da Expiação em hebraico são designados pela expressão compostas shabbath shabbâthôn, significando “um sábado de descanso solene” (Êxo. 31:15; 15:2; Lev. 23:3, 32; 16:31). Porém esta expressão está traduzida na Septuaginta pela expressão grega composta “sabbata sabbatwn” que é diferente do simples “sabbatwn” encontrado em Colossenses 2:16. É, portanto, lingüisticamente impossível interpretar este último como uma referência ao Dia da Expiação ou a quaisquer outros sábados cerimoniais uma vez que estes nunca são designados simplesmente como “sabbata”. [...] Determinar o significado de uma palavra exclusivamente por suposições teológicas, ao invés de fazê-lo por evidências lingüísticas ou contextuais, é contra os cânones da hermenêutica bíblica. [...] Uma outra indicação significativa insurgindo contra os sábados cerimoniais, é o fato de que estes já estão incluídos na palavra “eorthς-festival” e se “sabbatwn” significasse a mesma coisa haveria uma repetição desnecessária. Estas indicações obrigatoriamente mostram que a palavra “sabbatwn” como está utilizada em Colossenses 2:16 não pode referir-se a quaisquer dos sábados anuais cerimoniais.” [Samuele Bacchiocchi, “From Sabbath to Sunday”, pp. 213-214 (ênfase adicionada)]

Bacchiocchi tenta contornar essa conclusão, de que os sábados semanais foram abolidos nesse versículo, com uma nova teoria, dizendo que esses versos falam da perversão da guarda do sábado, e ele da certa evidencia para essa interpretação.
O grande problema aqui é que no verso seguinte diz que essas são sombras de Cristo – coisas que apontavam para sua vinda. Como Greg Taylor argumenta:

“O problema bíblico com a teoria de Bacchiocchi é que o texto continua descrevendo esses sábados e festas como ‘sombras de coisas futuras’, a ‘realidade de Cristo’. Esses feriados religiosos, incluindo o sabbath, eram símbolos apontando para Jesus. Eles eram uma prefiguração tipológica de Jesus. Como pode a perversão de um símbolo ser uma sombra ou prefiguração de Cristo? Como pode a perversão prefigurar? Isso não faz sentido. A interpretação mais razoável para o texto é a de que o Sabbath esta incluído no sistema cerimonial/sacrificial que foi cumprido em Cristo!” [Greg Taylor, “Discovering the New Covenant: Why I Am No Longer a Seventh-day Adventist”, Capitulo 7, online em Sabbatismos: http://www.sabbatismos.com/the-sabbath/the-sabbath-in-colossians/#sthash.2HFdkuiK.dpbs ]


A conclusão e inegável: Paulo esta tratando a lei do sábado semanal como uma lei cerimonial, que foi abolida na cruz.

Apenas o corpo existe - Uma impossibilidade não-bíblica.

A doutrina do corpo-alma-espirito como um só é proveniente entre as Testemunhas de Jeová e os Adventistas. Essa é uma daquelas doutrinas que eu chamo de “Doutrinas que erram a Bíblia”. Não só erram a Bíblia por serem não-bíblicas, mas também por que tornam certas partes da Bíblia em impossíveis.
De acordo com as TJ e os ASD, não existe alma e espirito, apenas o corpo. “Tudo é um só”, eles dizem. Já a visão do Cristianismo, é a de que existe um corpo físico, uma alma imortal e um espirito.
Em todo caso, por que essa doutrina tornam certas partes da Bíblia em impossíveis? É simples: A Bíblia claramente ensina que seremos ressuscitados. Mas, se somos apenas corpo, então ele entrará em decomposição depois da morte. Isso significa que deixaremos de existir. É logicamente impossível ressuscitar um corpo se a pessoa não existe mais.
Na visão cristã, quando morremos nossa alma vai para ou o Hades ou o céu. E assim é possível que, no fim dos tempos um novo corpo seja criado e nós como alma tornemos a eles. Porem, se não existe esse “nós” em alma, nós deixamos de existir e, portanto, no final seriamos recriados.
Porem, existem dois problemas com “sermos recriados”: Primeiro, a Bíblia diz que seremos ressuscitados, não recriados. Segundo, Se somos um corpo apenas e depois um novo corpo nosso é criado, então esse corpo não será o mesmo “eu”. Será um clone criado no futuro com as mesmas memorias e mesma aparência.
Pense nisso:

T1 = Eu existo ---- T2 = Eu morro ---- T3 = O corpo se decompõe (logo, deixamos de existir) ---- T4 = Um corpo igual ao meu é criado.

O corpo em T4 não pode ser o mesmo eu, já que é completamente novo. Não havia nenhum “backup” de mim pra ser posto ali.

Em suma, tal doutrina não apenas é uma impossibilidade, como também extremamente não-bíblica, já que ela ensina ressurreição e não recriação.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Na Mira da Heresia!

No blog "Na Mira da Heresia", buscamos combater as heresias das principais seitas, como:

Mormonismo
Testemunhas de Jeová
Adventismo do Sétimo Dia
Espiritismo
etc.

Você verá textos sobre a guarda do sábado, aniquilação, sono da alma, Jesus-homem, Jesus-Miguel, reencarnação, etc.

Bem vindo.