quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Colossenses 2 fala do sábado semanal?

O que Colossenses 2 realmente fala sobre o Sábado? Sabatistas vão dizer que pelo “dias de sábado” estar no plural no final do versículo 16, então o versículo deve se referir aos sábados cerimoniais. Porem, uma analise completa do texto nos diz, não apenas que Paulo trata do sábado semanal, como este também é cerimonial e foi abolido na cruz.
Vejamos:

Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou juntamente com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz, e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz.
Portanto, não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado. Estas coisas são sombras do que haveria de vir; a realidade, porém, encontra-se em Cristo. - Colossenses 2:13-17

Versículo 14 coloca claro que Paulo esta falando de “ordenanças”. Essas seriam as leis cerimoniais do antigo testamento. Vemos isso também no contexto, quando ele usa palavras referentes a “circuncisão”, “festividades”, “comer e beber” e “luas novas”. Mas e quanto aos “dias de sábado” citados no final?
Adventistas vão dizer que, como o sábado fazia parte dos Dez Mandamentos, ele só pode ser uma lei moral. Porém, se o texto de Colossenses estiver incluindo os dias de sábado semanal no contexto de leis cerimoniais, então devemos trata-la como uma lei cerimonial. Afinal, a Bíblia não possui uma lista de quais são leis morais e quais são cerimoniais.
Então, sobre o que Paulo esta falando? Infelizmente para os Adventistas, Paulo esta falando dos sábados anuais, mensais e semanais. Existem três motivos para isso:
Primeiro, a palavra grega usada nos “dias de sábado” é “Sabbaton”, que sempre significa o sabbath semanal. Nunca, em nenhuma parte do Novo Testamento essa palavra é usada para se referir a outra festividade sábatica.
Segundo, a formula usada por Paulo é uma formula que sempre aparece em formato crescente ou decrescente. Podemos ver em várias partes da Bíblia que dizem “Festas, Luas Novas e sábados” sempre se referindo a “ano, mês e semana”. (Se fosse “sábados, luas novas e festas”, seria “semana, mês e ano”.) Isso fica evidente nos seguintes textos:

“E para oferecerem os holocaustos do Senhor, aos sábados, nas luas novas, e nas solenidades, segundo o seu número e costume, continuamente perante o Senhor” - 1 Crônicas 23:31

“Eis que estou para edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus, para lhe consagrar, para queimar perante ele incenso aromático, e para a apresentação contínua do pão da proposição, para os holocaustos da manhã e da tarde, nos sábados e nas luas novas, e nas festividades do Senhor nosso Deus; o que é obrigação perpétua de Israel.” - 2 Crônicas 2:4

“Também sobre nós pusemos preceitos, impondo-nos cada ano a terça parte de um ciclo, para o ministério da casa do nosso Deus; Para os pães da proposição, para a contínua oferta de alimentos, e para o contínuo holocausto dos sábados, das luas novas, para as festas solenes, para as coisas sagradas, e para os sacrifícios pelo pecado, para expiação de Israel, e para toda a obra da casa do nosso Deus.” - Neemias 10:32-33

“Acabarei com a sua alegria: suas festas anuais, suas luas novas, seus dias de sábado e todas as suas festas fixas.” - Oséias 2:11

“Será dever do príncipe fornecer os holocaustos, as ofertas de cereal e as ofertas derramadas nas festas, nas luas novas e nos sábados, em todas as festas fixas da nação de Israel. Ele fornecerá as ofertas pelo pecado, as ofertas de cereal, os holocaustos e as ofertas de comunhão para fazer propiciação em favor da nação de Israel.” - Ezequiel 45:17

Por fim, se os “dias de sábado” fossem as festas anuais, Paulo estaria fazendo uma repetição desnecessária. Já que as festas anuais já estão inclusas nas “festas”.
Até mesmo Samuele Bacchiocchi reconheceu isso:

“O Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia interpreta o sabbatwn-dias de sábado” como uma referência aos sábados cerimoniais anuais e não ao sábado semanal (Lev. 23:6-8, 15, 16, 21, 24, 25, 27, 28, 37, 38). É verdade que tanto o sábado e o Dia da Expiação em hebraico são designados pela expressão compostas shabbath shabbâthôn, significando “um sábado de descanso solene” (Êxo. 31:15; 15:2; Lev. 23:3, 32; 16:31). Porém esta expressão está traduzida na Septuaginta pela expressão grega composta “sabbata sabbatwn” que é diferente do simples “sabbatwn” encontrado em Colossenses 2:16. É, portanto, lingüisticamente impossível interpretar este último como uma referência ao Dia da Expiação ou a quaisquer outros sábados cerimoniais uma vez que estes nunca são designados simplesmente como “sabbata”. [...] Determinar o significado de uma palavra exclusivamente por suposições teológicas, ao invés de fazê-lo por evidências lingüísticas ou contextuais, é contra os cânones da hermenêutica bíblica. [...] Uma outra indicação significativa insurgindo contra os sábados cerimoniais, é o fato de que estes já estão incluídos na palavra “eorthς-festival” e se “sabbatwn” significasse a mesma coisa haveria uma repetição desnecessária. Estas indicações obrigatoriamente mostram que a palavra “sabbatwn” como está utilizada em Colossenses 2:16 não pode referir-se a quaisquer dos sábados anuais cerimoniais.” [Samuele Bacchiocchi, “From Sabbath to Sunday”, pp. 213-214 (ênfase adicionada)]

Bacchiocchi tenta contornar essa conclusão, de que os sábados semanais foram abolidos nesse versículo, com uma nova teoria, dizendo que esses versos falam da perversão da guarda do sábado, e ele da certa evidencia para essa interpretação.
O grande problema aqui é que no verso seguinte diz que essas são sombras de Cristo – coisas que apontavam para sua vinda. Como Greg Taylor argumenta:

“O problema bíblico com a teoria de Bacchiocchi é que o texto continua descrevendo esses sábados e festas como ‘sombras de coisas futuras’, a ‘realidade de Cristo’. Esses feriados religiosos, incluindo o sabbath, eram símbolos apontando para Jesus. Eles eram uma prefiguração tipológica de Jesus. Como pode a perversão de um símbolo ser uma sombra ou prefiguração de Cristo? Como pode a perversão prefigurar? Isso não faz sentido. A interpretação mais razoável para o texto é a de que o Sabbath esta incluído no sistema cerimonial/sacrificial que foi cumprido em Cristo!” [Greg Taylor, “Discovering the New Covenant: Why I Am No Longer a Seventh-day Adventist”, Capitulo 7, online em Sabbatismos: http://www.sabbatismos.com/the-sabbath/the-sabbath-in-colossians/#sthash.2HFdkuiK.dpbs ]


A conclusão e inegável: Paulo esta tratando a lei do sábado semanal como uma lei cerimonial, que foi abolida na cruz.

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