O que Colossenses 2 realmente
fala sobre o Sábado? Sabatistas vão dizer que pelo “dias de sábado” estar no
plural no final do versículo 16, então o versículo deve se referir aos sábados
cerimoniais. Porem, uma analise completa do texto nos diz, não apenas que Paulo
trata do sábado semanal, como este também é cerimonial e foi abolido na cruz.
Vejamos:
Quando vocês
estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os
vivificou juntamente com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou
a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era
contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz, e, tendo despojado os poderes e
as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz.
Portanto, não
permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação
a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de
sábado. Estas coisas são sombras do que haveria de vir; a realidade, porém,
encontra-se em Cristo. - Colossenses 2:13-17
Versículo 14 coloca claro que
Paulo esta falando de “ordenanças”. Essas seriam as leis cerimoniais do antigo
testamento. Vemos isso também no contexto, quando ele usa palavras referentes a
“circuncisão”, “festividades”, “comer e beber” e “luas novas”. Mas e quanto aos
“dias de sábado” citados no final?
Adventistas vão dizer que, como o
sábado fazia parte dos Dez Mandamentos, ele só pode ser uma lei moral. Porém,
se o texto de Colossenses estiver incluindo os dias de sábado semanal no
contexto de leis cerimoniais, então devemos trata-la como uma lei cerimonial. Afinal,
a Bíblia não possui uma lista de quais são leis morais e quais são cerimoniais.
Então, sobre o que Paulo esta falando?
Infelizmente para os Adventistas, Paulo esta falando dos sábados anuais,
mensais e semanais. Existem três
motivos para isso:
Primeiro, a palavra grega usada
nos “dias de sábado” é “Sabbaton”, que sempre significa o sabbath semanal. Nunca,
em nenhuma parte do Novo Testamento essa palavra é usada para se referir a
outra festividade sábatica.
Segundo, a formula usada por
Paulo é uma formula que sempre aparece em formato crescente ou decrescente. Podemos
ver em várias partes da Bíblia que dizem “Festas, Luas Novas e sábados” sempre
se referindo a “ano, mês e semana”. (Se fosse “sábados, luas novas e festas”,
seria “semana, mês e ano”.) Isso fica evidente nos seguintes textos:
“E para
oferecerem os holocaustos do Senhor, aos sábados, nas luas novas, e nas
solenidades, segundo o seu número e costume, continuamente perante o Senhor” -
1 Crônicas 23:31
“Eis que estou
para edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus, para lhe consagrar, para
queimar perante ele incenso aromático, e para a apresentação contínua do pão da
proposição, para os holocaustos da manhã e da tarde, nos sábados e nas luas
novas, e nas festividades do Senhor nosso Deus; o que é obrigação perpétua de
Israel.” - 2 Crônicas 2:4
“Também sobre
nós pusemos preceitos, impondo-nos cada ano a terça parte de um ciclo, para o
ministério da casa do nosso Deus; Para os pães da proposição, para a contínua
oferta de alimentos, e para o contínuo holocausto dos sábados, das luas novas,
para as festas solenes, para as coisas sagradas, e para os sacrifícios pelo
pecado, para expiação de Israel, e para toda a obra da casa do nosso Deus.” -
Neemias 10:32-33
“Acabarei com
a sua alegria: suas festas anuais, suas luas novas, seus dias de sábado e todas
as suas festas fixas.” - Oséias 2:11
“Será dever do
príncipe fornecer os holocaustos, as ofertas de cereal e as ofertas derramadas
nas festas, nas luas novas e nos sábados, em todas as festas fixas da nação de
Israel. Ele fornecerá as ofertas pelo pecado, as ofertas de cereal, os
holocaustos e as ofertas de comunhão para fazer propiciação em favor da nação
de Israel.” - Ezequiel 45:17
Por fim, se os “dias de sábado”
fossem as festas anuais, Paulo estaria fazendo uma repetição desnecessária. Já que
as festas anuais já estão inclusas nas “festas”.
Até mesmo Samuele Bacchiocchi
reconheceu isso:
“O Comentário
Bíblico Adventista do Sétimo Dia interpreta o sabbatwn-dias de sábado” como uma
referência aos sábados cerimoniais anuais e não ao sábado semanal (Lev. 23:6-8,
15, 16, 21, 24, 25, 27, 28, 37, 38). É verdade que tanto o sábado e o Dia da
Expiação em hebraico são designados pela expressão compostas shabbath
shabbâthôn, significando “um sábado de descanso solene” (Êxo. 31:15; 15:2; Lev.
23:3, 32; 16:31). Porém esta expressão está traduzida na Septuaginta pela
expressão grega composta “sabbata sabbatwn” que é diferente do simples
“sabbatwn” encontrado em Colossenses 2:16. É, portanto, lingüisticamente
impossível interpretar este último como uma referência ao Dia da Expiação ou a
quaisquer outros sábados cerimoniais uma vez que estes nunca são designados
simplesmente como “sabbata”. [...] Determinar o significado de uma palavra
exclusivamente por suposições teológicas, ao invés de fazê-lo por evidências
lingüísticas ou contextuais, é contra os cânones da hermenêutica bíblica. [...]
Uma outra indicação significativa insurgindo contra os sábados cerimoniais, é o
fato de que estes já estão incluídos na palavra “eorthς-festival” e se
“sabbatwn” significasse a mesma coisa haveria uma repetição desnecessária.
Estas indicações obrigatoriamente mostram que a palavra “sabbatwn” como está
utilizada em Colossenses 2:16 não pode referir-se a quaisquer dos sábados
anuais cerimoniais.” [Samuele Bacchiocchi, “From Sabbath to Sunday”, pp.
213-214 (ênfase adicionada)]
Bacchiocchi tenta contornar essa
conclusão, de que os sábados semanais foram abolidos nesse versículo, com uma
nova teoria, dizendo que esses versos falam da perversão da guarda do sábado, e
ele da certa evidencia para essa interpretação.
O grande problema aqui é que no
verso seguinte diz que essas são sombras de Cristo – coisas que apontavam para
sua vinda. Como Greg Taylor argumenta:
“O problema
bíblico com a teoria de Bacchiocchi é que o texto continua descrevendo esses
sábados e festas como ‘sombras de coisas futuras’, a ‘realidade de Cristo’.
Esses feriados religiosos, incluindo o sabbath, eram símbolos apontando para
Jesus. Eles eram uma prefiguração tipológica de Jesus. Como pode a perversão de
um símbolo ser uma sombra ou prefiguração de Cristo? Como pode a perversão
prefigurar? Isso não faz sentido. A interpretação mais razoável para o texto é
a de que o Sabbath esta incluído no sistema cerimonial/sacrificial que foi
cumprido em Cristo!” [Greg
Taylor, “Discovering the New Covenant: Why I Am No Longer a Seventh-day
Adventist”, Capitulo 7, online em Sabbatismos: http://www.sabbatismos.com/the-sabbath/the-sabbath-in-colossians/#sthash.2HFdkuiK.dpbs
]
A conclusão e inegável: Paulo
esta tratando a lei do sábado semanal como uma lei cerimonial, que foi abolida
na cruz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário